A Idéia Fugida!

Quem foi o "desconhecido escritor não revelado", que jamais sentiu no transcorrer de suas experiências pessoais, a necessidade vibrante de registrar tudo o que seus sentidos degustaram, e por ocasionalidades, posteriormente consideradas banais, adiou a "consumação do ato", perdendo assim a intensidade emotiva do momento?
   Transferir o momento exato de se escrever para outras oportunidades, é um comportamento imediatamente obstacularizado pelo tempo transcorrido, que inicia seu inalcançável e porém lento movimento dos ponteiros, deixando para trás a essência de nosso labor criativo; aquela impressão empolgante (que poderia até mesmo ser temperada por uma suposta epifania...) a ponto de entusiasmar o indivíduo a fixar suas sensações.
No entanto, por ter tido a infeliz ausência de atitude, ao delongar o momento do registro, uma vez consignado o escrito, ele já não vai ter tanto fôlego, pois é inevitável: agora falaríamos de nós mesmo como tratando de terceiros... uma frustração...

Tal sensação é semelhante àquela de querer ter em determinado momento, dito algo e, todavia, nada falado. Um dos motivos influentes, seria o mal cruel do perfeccionismo; conduzindo a analisar a evolução do pensamento de tal forma desgastante, por vezes leva à desconsideração do lado sentimental da vontade de se dizer algo.
Sem falar num problema menos metafísico: aquela caderneta mágica que nunca está ao alcance nos momentos verdadeiramente necessários! O que considerar como relevante depois do que foi exposto?

Deixe sua criatividade guiar os movimentos da caneta; posteriormente use a razão para encaixar tudo nos seus devidos lugares...